
A série "Sexo e a Cidade" já tinha algumas das pirosices que os filmes exacerbaram como o culto do status e ostentação e uma noção parola de requinte (o namorado francês de Carrie interpretado por Barishnikov é o cúmulo). Mas tinha o mérito de legitimar a sexualidade feminina descomplexada e até feroz com Samanta Jones. Quatro amigas que se juntam a falar de sexo pelo sexo, fosse romance ou chavascal...tal qual um homem!
Quanto aos filmes se o primeiro era mau, este segundo é pouco demais. É um TVShop com um arremedo de enredo. A emancipação sexual é tratada de forma estúpida e desonesta e até o sexo foi suavizado para ampliar públicos-alvo com traços de "filme da família".
Curioso o paradoxo que a HBO nos apresenta e que trai o seu legado: foi incubadora, na televisão, da libertação formal e uma linguagem sem compromisso - marcadamente cinematográfica - e agora dá-nos, na sua transposição para o cinema, um produto estéril e formatado - tipicamente televisivo.
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