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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

Notas Soltas

Passarei a compilar nesta página pequenas mas (espero) significativas notas sobre os filmes que vou vendo. Janeiro de 2012 Martha Marcy May Marlene (Sean Durkin, 2011) Excelente a forma como os flashbacks se diluem e presentificam com raccords simples e bonitos. É super bem sucedida a intenção de criar um todo orgânico tecido no passado e no presente. Evita a tentação virtuosa (artificiosa) das convenções do indie. A frieza analítica combina-se na perfeição com um outro tom mais quente e melodramático. Fotografia coerente e rigorosa, sem exageros. Uma Separação (Asghar Farhadi, 2011) Os ciclos de atenção de um filme no cinema decrescem ano após ano. É a era dos teasers, da câmara nervosa e da pós-produção vibrante. Este ritmo publicitário que luta sem tréguas para captar a atenção do espectador choca-me. Mas enquanto existirem filmes como este, está tudo bem:). É a sua coerência, humanidade e integridade que nos conquista e fazem deste um grande filme! Não há truques que substituam ess

As Barricadas do Cinema em Portugal

"Num Mundo Melhor", da dinamarquesa Susanne Bier No cinema portuguÊs criaram-se barricadas. O texto publicado no Y esta semana, sobre a política de cinema na Dinamarca, poderia ajudar a descompartimentar opiniões. http://ipsilon.publico.pt/cinema/texto.aspx?id=298997 Deixo a minha opinião, relativizando as tais duas barricadas: 1)Cinema sem financiamento público (chamem-lhe subsídios ou o que quiserem) seria uma catástrofe cultural. Não é apenas por conformismo que se subsidia o cinema. É por ser uma actividade de investimento intensivo e cuja escala do nosso mercado torna potencialmente deficitária. Apelar ao amor à arte e amadorismo diletante da malta do cinema não é solução! É uma actividade muito complexa e cujas qualidades são apuradas durante um longo percurso que tem que ser profissional para ser consequente. Ter apenas cinema dito comercial não é também suportável porque anularia seguramente a pluralidade criativa