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Mensagens

A mostrar mensagens de setembro, 2009

Convidado de Honra nº 5 - Jorge Vaz Nande e "As Portas"

Jorge Vaz Nande é colaborador das Produções Fictícias, onde, entre outras funções, gere os conteúdos do blog da empresa. É argumentista da empresa de conteúdos "Bode Expiatório". Fala-nos de várias questões relacionadas com o cinema e guionismo e, em particular, do seu último e original projecto "As Portas". Na tua colaboração com o Bode Expiatório: o trabalho que fazes tem sido feito sobretudo em equipa? Sim, num processo de colaboração e discussão que muitas vezes se estende da equipa criativa até às de produção e artística. Quando trabalhas em equipa, como se gerem diferentes sensibilidades? Quando várias ideias estão na mesa qual costuma ser o processo de decisão? É primordial que os participantes num brainstorm se dêem bem e tenham respeito mútuo pelas ideias de todos. A partir daí, a discussão das soluções criativas faz-se de comum acordo, tendo em conta a sua exequibilidade e eficácia. Existe alguma hierarquia criativa ou todas as vozes são iguais? Todas as i

O Dia da Saia e os Chicos-Espertos

O “Dia da Saia” é um autêntico tratado de inconsequência e desonestidade intelectuais. Padece de quase todo o tipo defeito. É antónimo de subtileza e uma compilação de parvoices. Um filme do Adam Sandler, por exemplo, cumpre o seu propósito. É, invariavelmente, mauzinho (excepção ao Punch Drunk Love em que o seu typecasting de retardado serve bem o filme) sem jamais se arrogar de ser bom. Mas depois há estes chicos-espertos que pensam poder agarrar em temas desta complexidade com o simplismo de um episódio da Rua Sésamo. Uma professora, de uma problemática escola suburbana de Paris, numa tentativa tresloucada de restaurar a sua autoridade e amor próprio apodera-se de uma arma que um aluno trazia na mochila. Recusando-se a devolvê-la impõe a sua lei e as suas, sempre desprezadas, regras pedagógicas. Os media extrapolam sobre a génese sócio-política deste tipo de episódio, os políticos perseguem as suas agendas pessoais, toda a gente diverge sobre o que se passa naquela sala sitiada, po

A Música dos Diálogos no Mundo de Quentin

David Lynch diz que cada papel terá 5 ou 6 actores que o podem fazer igualmente bem, mas que há sempre um ideal. Ou seja, que poderão existir 5 ou 6 excelentes potenciais performances mas que todas serão diferentes. Diz que, um pouco como na música, a mesma peça tocada com uma flauta ou com um trompete pode sempre oferecer algo de maravilhoso mas completamente distinto, duas direcções diferentes. Compete ao realizador escolher a sua via. Lembrei-me desta opinião quando ouvi Quentin Tarantino a falar do seu excelente filme Inglorious Basterds. O processo de casting, dizia ele, foi um desafio de muitos meses pois procurava não só a necessária fluência multilingue nos seus actores mas também a necessária poesia nessa fluência: a tal música que Lynch falava e que só um escritor de diálogos prodígio como Tarantino consegue antecipar aquando da escrita. O seu fetiche "dialoguista" enfatiza a tal musicalidade que se completa, porém, na vida própria que um determinado actor lhe empre

Um Mundo Catita! O Real Caricatural

Manuel João Vieira (MJV) sempre me pareceu, ele próprio, uma caricatura, uma personagem de ficção. Sempre soube, com uma boa dose de auto-ironia, explorá-la (a personagem): o Manuel boémio e diletante; feio de olhos esbugalhados; estranho e desajeitado; o espalha-brasas; o palhaço triste! Esta série tem a orginalidade de prolongar essa sua dimensão caricatural. Como se fossemos convidados a ver, em filme, aquilo que seria a nossa percepção da sua vida e pessoa. O resultado: o burlesco no seu melhor! Há certas cenas, como a da actuação do MJV no Natal dos Hospitais, que estão uma delícia de estilo e de kitsch. Também o gag que evoca Bergman e o célebre jogo de xadrês com a morte (Sétimo Selo) está invulgarmente bem recriado para a habitual magreza de meios de uma produção televisiva. A ficção da televisão pública tem por estratégia associar a marca de “qualidade” a produções avultadas, geralmente reconstituições históricas ou adaptações de romances de grande visibilidade. Tudo muito inó

Música Narrativa - nº 5 - The Last Waltz de Old Boy

Reparo, desde que comecei esta rubrica, que as bandas sonoras da minha vida correspondem quase sempre aos filmes da minha vida. Só prova que um filme tem que nos envolver para que a sua atmosfera musical marque a nossa viagem visual. Aqui vai mais um exemplo de um filme que fascina e cuja música amplia o seu impacto, marcando o seu tom emocional. Esta Last Waltz do apaixonante filme Old Boy (Grande Prémio do Júri em Cannes em 2004) é um tema quente e marcante. De tal maneira que vi o filme há 5 anos e ainda o conseguia cantarolar com clareza. O filme é uma história de vingança e tabus. A candura de uma valsa colide com a violência das emoções representadas, como se houvesse algo de poético na angústia. É um grande filme e uma grande banda sonora! A música Last Waltz foi composta pelo sul-coreano Jo Yeong-Wook e deve o seu nome ao Rockumentary de Scorsese de 1978 (assim como todas as restantes músicas da OST devem seu título a filmes conhecidos, muitos deles noir ).

Lisbon Film Orchestra domingo no Parque Mayer

Vi em Dezembro de 2008, num São Jorge repleto, um espectáculo quase perfeito. Uma enorme e excelente orquestra tocava bandas sonoras míticas de vários clássicos do cinema com os mesmos a serem projectados em sincronia! Foi mágico! Senti-me um puto...contive-me várias vezes para não me levantar em apoteose com o Indiana Jones, Star Wars, ET...enfim... Este domingo a dose repete-se! Recomendo a todos: a Lisbon Film Orchestra vai estar no Parque Mayer este domingo, dia 6 de Setembro às 21:00. Os bilhetes custam apenas 5€. Encontramo-nos por lá!? Deixo-vos com um aperitivo;)

Blogosfera Cinéfila nº 3 - Cadernos do Daath

O escritor David Soares traz-nos um blog muito bem escrito e coerente. É um autor de registo fantástico e é esse o enfoque deste weblog. A sua actividade inclui a banda desenhada, contos, antologias do género, entre outras produções de romance e ensaios. Da literatura ao cinema, passando pela crónica e artigo de opinião, é com imaginação e humor que nos põe a par de tudo o que é novidade nas suas áreas de interesse e especialização, tendo o cinema papel de relevo. A título de sugestão: será ele a moderar o MasterClass com o realizador de Terror Stuart Gordon integrado no MotelX no Cinema São Jorge este sábado, 5 de Setembro, às 19:15. http://cadernosdedaath.blogspot.com/