
Personagens limite com tom negro e existencialista ou filme comercial americanado e muito mau – parece ser esta sina polarizada (egocêntrica ou publicocêntrica) do cinema português. Permanece a lacuna: filmes bons que falem ao público.
Veneno Cura foca o lado sofrido e obscuro das suas desesperadas personagens sem uma noção de história. Entrega-se antes a uma pretensiosa veia negra.
O tema é a filiação. A asfixia existencial que começa e acaba na maternidade.
Mas a fraqueza dos diálogos e dos actores não possibilitam que a alta pretensão artística do projecto chegue a bom porto. A falta de verosimilhança não permite uma verdadeira adesão emocional ao filme. De tal forma que os momentos mais poéticos e (supostamente) impressivos do filme não marcam nem resultam (nem mesmo a interessante catarse musical da cena de ópera o consegue).
Pormenor positivo é a banda sonora, bastante densa e interessante. De resto alguns esparsos momentos de algum apelo estético e sensorial é o que de menos mau tem este filme.
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