
São quatro da madrugada numa sexta-feira. Acabei de ver o último episódio da 3ª temporada da série The Wire (A Escuta). Foi uma absoluta vertigem! A primeira série foi brilhante. Mas só agora passado um ano resolvi comprar as 2ª e 3ª séries. E assim se escreveu uma das páginas mais marcantes do meu percurso enquanto espectador. Sendo o cinema e a televisão (da boa) uma dos minhas principais janelas para o mundo, sinto que o meu olhar se refinou com a experiência. Vou ter em muitas situações futuras algo do The Wire no meu arquivo pessoal, ao qual vou, de forma consciente ou não, recorrer.
Os que paparam febrilmente e de enfiada as 5 séries poderão pensar "descobriu a pólvora o bacano!". Quem sou eu para discordar.
Ver a série deu-me vontade de pesquisar sobre as condições do mercado televisivo americano que permitiram que uma série tão brilhante quanto indigesta tenha visto a luz do dia. Fazendo-o talvez possa tocar também tocar nas fragilidades do nosso meio televisivo.
Premissa de partida que poderá suscitar crítica mas que para mim é axioma: um risco comercial (apesar do culto que gerou) e que vai tão perturbadoramente fundo e de forma tão pouco TVcanónica jamais seria possível em Portugal. Nunca houve nem haverá tão cedo algo daquele calibre e arrojo para os nossos lados. Porquê?
Mais, em breve;)
só de pensar que ainda tenho 2 temporadas pela frente...o sentimento ambivalente: o deleite ainda não acabou mas só me ocorre...tal como ao Robert Duvall no Apocalypse Now: "yeah...one day this show is gonna end...:("
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