Os filmes que apresentar aqui não estão por ordem de preferência. Porque, na realidade, não a consigo determinar. Há muitos filmes que admiro e aos quais volto periodicamente. Todos eles têm camadas de encanto. Como se ao revisitá-los conseguisse encontrar novos detalhes: clandestinos e sorrateiros.
Adoro esta comédia. Sideways!

Tem uma propriedade que muito prezo nalguns filmes: nada de demasiado marcante acontece. Prova que nem sempre é necessário puxar a tónica do conflito e da crise para que os personagens se revelem e acrescentar densidade dramática. O tom do filme é suave do princípio ao fim sem que isso signifique menor compreensão das personagens e dos seus manifestos ou latentes conflitos interiores.
Neste filme existe uma cena fantástica à qual gosto também de voltar! Um diálogo cheio de momentos e mudanças emocionais. Miles (Giamatti) é uma personagem trémula profundamente mergulhada no seu lado obscuro e Maya (Madsen)alguém delicada com cicatrizes profundas de uma anterior e deceptiva relação. Desatam ambos a falar da sua paixão pelo vinho: das suas nuances e sua vida própria. Através deste dispositivo fantástico acabam por falar, na realidade, de si mesmos, exteriorizando a sua realidade emocional. O vinho quebra o gelo e gera uma intensa, de tão subtil, carga erótica. O subtexto da cena é fantástico e fá-la voar (cena que levou Madsen direitinha à nomeação para o óscar).
Sideways procura o extraordinário no ordinário. Sonda o que de mágico há nas suas aparentemente banais personagens. É essa propriedade que define a sua independência e originalidade. Saravá por isso aos seus guionistas Alexander Payne e Jim Taylor - ambos justamente oscarizados!
Adoro esta comédia. Sideways!

Tem uma propriedade que muito prezo nalguns filmes: nada de demasiado marcante acontece. Prova que nem sempre é necessário puxar a tónica do conflito e da crise para que os personagens se revelem e acrescentar densidade dramática. O tom do filme é suave do princípio ao fim sem que isso signifique menor compreensão das personagens e dos seus manifestos ou latentes conflitos interiores.
Neste filme existe uma cena fantástica à qual gosto também de voltar! Um diálogo cheio de momentos e mudanças emocionais. Miles (Giamatti) é uma personagem trémula profundamente mergulhada no seu lado obscuro e Maya (Madsen)alguém delicada com cicatrizes profundas de uma anterior e deceptiva relação. Desatam ambos a falar da sua paixão pelo vinho: das suas nuances e sua vida própria. Através deste dispositivo fantástico acabam por falar, na realidade, de si mesmos, exteriorizando a sua realidade emocional. O vinho quebra o gelo e gera uma intensa, de tão subtil, carga erótica. O subtexto da cena é fantástico e fá-la voar (cena que levou Madsen direitinha à nomeação para o óscar).
Sideways procura o extraordinário no ordinário. Sonda o que de mágico há nas suas aparentemente banais personagens. É essa propriedade que define a sua independência e originalidade. Saravá por isso aos seus guionistas Alexander Payne e Jim Taylor - ambos justamente oscarizados!
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