
No cinema portuguÊs criaram-se barricadas.
O texto publicado no Y esta semana, sobre a política de cinema na Dinamarca, poderia ajudar a descompartimentar opiniões.
O texto publicado no Y esta semana, sobre a política de cinema na Dinamarca, poderia ajudar a descompartimentar opiniões.
Deixo a minha opinião, relativizando as tais duas barricadas:
1)Cinema sem financiamento público (chamem-lhe subsídios ou o que quiserem) seria uma catástrofe cultural. Não é apenas por conformismo que se subsidia o cinema. É por ser uma actividade de investimento intensivo e cuja escala do nosso mercado torna potencialmente deficitária. Apelar ao amor à arte e amadorismo diletante da malta do cinema não é solução! É uma actividade muito complexa e cujas qualidades são apuradas durante um longo percurso que tem que ser profissional para ser consequente. Ter apenas cinema dito comercial não é também suportável porque anularia seguramente a pluralidade criativa e o papel que as diferentes e emergentes vozes e linguagens devem preservar.
2)mas o cinema portuguÊs não pode ter uma relação tão inexistente com o público e alegar que isso se deve ao subdesenvolvimento cultural das plateias. Há muito comodismo, e opacidade nos filmes que se apoiam, o ensino é mau e faltam, em termos globais, competências no sector em Portugal. É um cenário que a actual falta de exigências no financimento público patrocinou ao longo de décadas. Chega de conversas como "há muita qualidade, tem é que haver mais apoios" - não há assim tanta qualidade por cá;). Para haver teria que existir um percurso coerente como este que existiu na Dinamarca.
1)Cinema sem financiamento público (chamem-lhe subsídios ou o que quiserem) seria uma catástrofe cultural. Não é apenas por conformismo que se subsidia o cinema. É por ser uma actividade de investimento intensivo e cuja escala do nosso mercado torna potencialmente deficitária. Apelar ao amor à arte e amadorismo diletante da malta do cinema não é solução! É uma actividade muito complexa e cujas qualidades são apuradas durante um longo percurso que tem que ser profissional para ser consequente. Ter apenas cinema dito comercial não é também suportável porque anularia seguramente a pluralidade criativa e o papel que as diferentes e emergentes vozes e linguagens devem preservar.
2)mas o cinema portuguÊs não pode ter uma relação tão inexistente com o público e alegar que isso se deve ao subdesenvolvimento cultural das plateias. Há muito comodismo, e opacidade nos filmes que se apoiam, o ensino é mau e faltam, em termos globais, competências no sector em Portugal. É um cenário que a actual falta de exigências no financimento público patrocinou ao longo de décadas. Chega de conversas como "há muita qualidade, tem é que haver mais apoios" - não há assim tanta qualidade por cá;). Para haver teria que existir um percurso coerente como este que existiu na Dinamarca.
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