Cavaleria Rusticana é uma peça
musical de Pietro Mascagni, estreada em 1890 no Teatro Constanzi em Roma, e
baseada num peça escrita por Giovanni Verga. Foi a ópera que disseminou o mito
do cavalheirismo rústico dos sicilianos. Uma história de
ciume e vingança passada entre os camponeses da Sicília. Fala de honra, duelos, vendettas. Foi porventura das primeiras referências culturais ao tal espírito siciliano
que mais tarde vieram simplistica e de forma generalista a associar à máfia. A palavra "mafia" deriva do adjectivo siciliano mafiusu, como raízes no árabe mahyas, que significa "alarde agressivo, jactância" ou marfud, que significa "refeitado". Traduzido livremente significa bravo.
Desde a sua composição e exibição que vários autores, sobretudo sociólogos, trataram de desconstruir os pejorativos lugares comuns de cavalheirismo rústico que a ópera corporizou. Mas será sempre uma peça musical que arrasta consigo um referente muito forte que nem o tempo nem o estudo trataram de eliminar.
Desde a sua composição e exibição que vários autores, sobretudo sociólogos, trataram de desconstruir os pejorativos lugares comuns de cavalheirismo rústico que a ópera corporizou. Mas será sempre uma peça musical que arrasta consigo um referente muito forte que nem o tempo nem o estudo trataram de eliminar.
É com esse referente de orgulho
macho que Scorsese lança o italo-americano Jake la Motta na sequência de título
de Touro enraivecido e é com a expressividade de um slowmotion enevoado que o
filme arranca num tom mitológico.
É também da mesma forma e com uma ligação
antropológica muito mais directa que Coppola encerra a triologia no Padrinho
III após uma cena climática em que a própria ópera é representada no Teatro Massimo
de Palermo.
Instrumentalizando coerentemente
esta ópera, ambos os filmes assumem-se num terreno mágico entre o levantamento
realista e historiográfico dos universos que visitam e um olhar que se assume
como produto derivado, de segunda geração, mitológico, maravilhado e barroco.
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