Jorge Vaz Nande é colaborador das Produções Fictícias, onde, entre outras funções, gere os conteúdos do blog da empresa. É argumentista da empresa de conteúdos "Bode Expiatório". Fala-nos de várias questões relacionadas com o cinema e guionismo e, em particular, do seu último e original projecto "As Portas".
Na tua colaboração com o Bode Expiatório: o trabalho que fazes tem sido feito sobretudo em equipa?
Sim, num processo de colaboração e discussão que muitas vezes se estende da equipa criativa até às de produção e artística.
Quando trabalhas em equipa, como se gerem diferentes sensibilidades? Quando várias ideias estão na mesa qual costuma ser o processo de decisão?É primordial que os participantes num brainstorm se dêem bem e tenham respeito mútuo pelas ideias de todos. A partir daí, a discussão das soluções criativas faz-se de comum acordo, tendo em conta a sua exequibilidade e eficácia.
Existe alguma hierarquia criativa ou todas as vozes são iguais?
Todas as ideias boas são postas em prática, venham elas de quem vierem.
O mercado de trabalho para guionistas como tem evoluído?
O surgimento no mercado de certos canais de cabo com programas sem argumento é um dos maiores incentivos ao reconhecimento da necessidade de argumentistas.
A técnica da escrita é algo que se interioriza e se torna segunda natureza, ou relembrá-la é ainda, para ti, uma necessidade?
O domínio da técnica, que vai do software informático próprio até ao conhecimento dos princípios da progressão dramática, é o que distingue um verdadeiro argumentista de um simples diletante, tal como em todas as profissões: eu posso conseguir resolver um problema no motor de um carro, mas se desconhecer o nome e funcionamento interno dos componentes, não souber usar ferramentas próprias e não for actualizando o meu conhecimento à medida que vão saindo novos modelos de automóvel, nunca serei um verdadeiro mecânico.
Dá-me um ou dois filmes da tua vida.
"Talk Radio"
O teu projecto As Portas: fala-nos um pouco dele.
"As Portas" foi um desafio de escrita e de produção. Qual a estrutura de uma série interactiva? Como se alia a progressão das personagens à possibilidade de o espectador construir a própria narrativa? Um projecto em que todos deram o máximo e, em tempo recorde, fizeram um excelente produto audiovisual.
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