Fui ao Estoril Film Festival ao encontro de Escolas de Cinema europeias. Estavam naquela manhã representadas Escuela de Cinematografía y del Audiovisual de Madrid (Espanha), a INSA (Bélgica) e a Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Os filmes belgas e espanhois, heterogeneidades à parte, apresentavam, sem excessão, histórias e uma acção bem vincada, com momentos fortes e premissas dramáticas assumidas e "explicadas". O filme português era contemplativo. Um adolescente num suburbio lisboeta fundia-se na sua paisagem quotidiana de modorra e dormência. Limpa a piscina, percorre a Ponte Vasco da Gama, vai a uma discoteca, enterra um animal de estimação, bicicleta a baixo bicicleta a cima... Vejo com preocupação que tudo começa na escola. Em França alguns autores falam da herança da Nouvelle Vague no persistente preconceito simplista Autoral vs. Comercial. Mas até o contexto francês já é de permanente mudança em que as responsabilidades criativas são repartidas entre produ...
Blog de Cinema do Realizador João Gomes